Tecnologia barateia serviços para as microempresas
Empreendedores têm usado soluções tecnológicas para reduzir seus preços e ganhar clientes entre as pequenas empresas, muitas delas com baixo orçamento. Conseguem, assim, abrir espaço para que firmas menores tenham acesso a serviços semelhantes aos que são oferecidos às grandes companhias.
Esse leque envolve contabilidade, serviços jurídicos e compliance, ou controles internos anticorrupção, em um modelo B2B (de negócio para negócio).
A Tecvidya, por exemplo, criou uma plataforma on-line de compliance e tenta ganhar mercado oferecendo em um só lugar treinamentos e canal de denúncias de corrupção, entre outros produtos.
“O serviço ajuda a secar custos para o cliente, já que 90% do trabalho é feito pelo sistema. Apenas a parte jurídica depende de um profissional”, afirma o presidente da empresa, Rafael Multedo. Para colocar a operação em pé, foi investido R$ 1 milhão.
A ideia é aproveitar o mercado aberto pela lei anticorrupção, de 2013, que exigiu que grandes empresas e seus fornecedores, mesmo pequenos, reforçassem seus programas de controle interno.
Para fisgar esses clientes menores, outra saída é oferecer novas formas de pagamento, como pacotes. Vale até se tornar sócio do cliente.
Vender serviços em troca de uma parte da empresa é a tática da Nós 8, que faz assessoria jurídica gratuita para start-ups em fase inicial.
“Apostamos na empresa quando ela está no começo. Depois que o projeto vinga, passamos a cobrar”, conta o sócio Helder Galvão.
Galvão também vende planos mensais e por hora. A forma de pagamento é combinada na assinatura do contrato.
“Uma das start-ups que apoiamos recebeu um aporte de R$ 150 mil. Como tínhamos 10% do capital social, ficamos com parte do valor”, afirma Galvão.
Fonte: Folha de SP