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Desafio da década será ampliar crescimento.

Economistas estimam PIB potencial limitado, num contraste com o otimismo de dez anos atrás

 

Marcada por uma das maiores recessões da história, a década que chega ao fim deverá deixar um legado negativo para a que ainda vai começar.

A esperança é que os economistas estejam mais uma vez enganados, como estiveram há uma década. Eles acreditavam, então, que o Brasil havia entrado numa fase duradoura de prosperidade, com taxas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5%. Até os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), geralmente mais contidos nas suas projeções, previam um crescimento médio de 4,3%.

O ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central Tony Volpon diz que as estimativas do PIB potencial (velocidade máxima que a economia pode crescer no longo prazo sem acelerar a inflação) feitas há uma década eram vitaminadas por fatores passageiros. O Brasil vivia o chamado bônus demográfico, que foi a entrada de um grande contingente de trabalhadores no mercado. O ambiente internacional também era muito benéfico aos exportadores de commodities, com a alta de preços provocada pela expansão quantitativa feita pelos países desenvolvidos e a demanda da China.

O ambiente internacional menos favorável – junto com o fim do bônus demográfico – faz com que, na partida, a economia brasileira tenha uma perspectiva de expansão menor. “Para crescer mais, teria que ter alguma coisa positiva no ambiente mundial, algo que melhorasse os termos de troca do país. Sem uma sorte grande na economia mundial, uma taxa sustentada de crescimento mais robusta dependerá de fatores domésticos.

Gráficos

Os economistas acreditam que, de forma sustentada, o Brasil possa crescer algo como apenas 1,5% por ano, embora no curto prazo haja espaço para superar esse percentual, devido à alta capacidade ociosa do capital e do trabalho. Mesmo com o ajuste fiscal e as reformas liberais em curso, o consenso da pesquisa Focus de expectativas do mercado financeiro é que, dentro de quatro anos, a economia atinja uma velocidade máxima de cruzeiro de 2,5%.

O Banco Central entrará, em 2020, no quarto ano de estímulos monetários, com a possibilidade de um corte adicional da taxa de juros em fevereiro, para 4,25% ao ano.

 

 

Fonte: Valor Econômico.

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