Conta de luz faz inflação da baixa renda praticamente dobrar em março
A inflação percebida pelas famílias de menor renda ficou próxima de 9% no acumulado de 12 meses até março por causa, principalmente, do forte aumento nas contas de luz.
O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para famílias que ganham até 2,5 salários mínimos por mês, praticamente dobrou em março ante fevereiro (1,64% contra 0,83%) e, com isso, acumulou alta de 4,54% no ano e de 8,91% em 12 meses, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Para efeito de comparação, o IPC-BR, que mede a inflação para as famílias em geral, subiu menos em março (1,41%) e também em 12 meses (8,59%).
Os gastos com a residência têm sido o principal peso no orçamento das famílias de baixa renda. Entre fevereiro e março, a alta do grupo habitação saiu de 0,78% para 4,14% e, em 12 meses, acumula alta de 12,93%, a maior variação entre as oito classes de despesas que compõem o IPC-C1. Do segundo para o terceiro mês do ano, a alta da tarifa de eletricidade residencial saltou de 1,08% para 21,13%. Também aumentaram os gastos com condomínio (de 1,30% para 4,99%) e taxa de água e esgoto (de 0,40% para 2,21%).
Outros três grupos pressionaram o IPC-C1 em março: alimentação (0,74% para 1,12%), saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,64%) e educação, leitura e recreação (0,33% para 0,52%), especialmente influenciado por laticínios (-2,40% para 2,42%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,48% para 1,36%) e passagem aérea (-11,56% para 12,24%), respectivamente.
Em contrapartida, os grupos transportes (2,11% para 0,72%), despesas diversas (1,19% para 5,56%), comunicação (0,19% para -0,44%) e vestuário (0,05% para -0,27%) cederam. Nestas classes de despesa, destacaram-se gasolina (8,40% para 1,72%), cigarros (1,87% para 0,05%), tarifa de telefone residencial (0,02% para -1,13%) e roupas (-0,13% para -0,48%), respectivamente.
Fonte: Valor Econômico