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Amway investe em venda pela internet e tenta atrair jovem

Cibelle Bouças

A Amway, maior empresa de vendas diretas do mundo, voltou a crescer em receita no ano passado, após quatro anos consecutivos de quedas. Globalmente, a companhia investe na melhoria da sua plataforma digital ao mesmo tempo em que busca atrair um público mais jovem para consumir seus produtos e para sua rede de revendedores.

Pant, da Amway: US$ 150 milhões destinados ao país entre 2013 e 2019 — Foto: Claudio Belli/Valor.

Pant, da Amway: US$ 150 milhões destinados ao país entre 2013 e 2019 — Foto: Claudio Belli/Valor.

No Brasil, a companhia mudou a estrutura de distribuição e trabalha para fortalecer suas vendas. O país foi escolhido como um dos cinco países prioritários no seu plano de expansão global.

“Além dos maiores mercados para a Amway, que são a China e os Estados Unidos, identificamos mais três países prioritários, com maior potencial de crescimento. São o Brasil, a Índia e a Indonésia”, afirmou Milind Pant, presidente mundial da Amway, em visita ao país na semana passada.

O executivo observou que, desses três países, apenas a Índia está entre os dez maiores mercados para a Amway. “Mas olhando a tendência de consumo, não há razão para não pensar que eles podem ficar tão grandes quanto China e Estados Unidos”, acrescentou.

Pant comanda a Amway desde janeiro de 2019 e é o primeiro presidente que não faz parte das famílias fundadoras DeVos e Van Andel. Antes de chegar à companhia, trabalhou por quase 12 anos na Yum! Brands, tendo presidido a Pizza Hut International por quatro anos. O executivo também presidiu a operação da Yum! Brands na China, além de ter ocupado outros cargos internacionais de liderança. De origem indiana, Pant também trabalhou na Unilever por 15 anos em diferentes países, sendo que o último cargo foi como vice-presidente de alimentos.

Como parte dos planos para crescer no Brasil, a Amway investiu US$ 150 milhões na operação entre 2013 e 2019, disse Pant. “Nossa intenção é seguir investindo no Brasil no longo prazo”, afirmou, sem citar um número específico.

Em seis anos, a Amway instalou no país quatro centros de distribuição e uma fazenda em Ubajará (CE), onde produz por ano 8,5 mil toneladas de acerola, que é processada e vendida globalmente. A Amway também começou a produzir no Brasil com um fabricante terceirizado a linha de produtos para emagrecimento BodyKey, da Nutrilite, o limpador LOC Multiuso, e o alvejante SA8. A Nutrilite responde por 28% das vendas no país e os produtos para o lar, 39%.

Rossana Sadir, presidente da Amway no Brasil, acrescentou que a empresa mudou os planos na área de distribuição. A companhia planejava abrir 30 lojas até 2020, mas em vez disso fez parceria com lojistas para ter pontos de retirada de produtos. “Percebemos que a Amway precisa de mais capilaridade no país. Abrir lojas leva tempo e o investimento é alto. As parcerias custaram menos e já conseguimos atingir 600 pontos comerciais em todo o país”, afirmou a executiva. Neste ano, segundo Rossana, a meta é expandir as parcerias principalmente na região Norte.

A Amway não quis informar dados de vendas no Brasil neste ano. Em 2017, a companhia havia informado que estimava para aquele ano vendas da ordem de R$ 300 milhões no país. À época, a empresa possuía 180 mil revendedores no Brasil. Atualmente, disse Rossana, o número supera 200 mil revendedores.

No mundo, a Amway registrou em 2018 vendas de US$ 8,8 bilhões, com aumento de 2% em relação ao ano anterior. Em 2019, disse Pant, a empresa apresenta crescimento “robusto”, mas o número é mantido em sigilo.

O crescimento da operação tem sido impulsionado pelo comércio eletrônico, que é foco da expansão global da companhia. No mundo, a empresa investe neste ano US$ 200 milhões no fortalecimento da área digital. Na China, maior mercado da Amway no mundo, 70% das vendas em 2018 foram feitas por aplicativo.

“Uma das grandes tendências globais é usar as ferramentas digitais para vender e entregar produtos mais facilmente ao consumidor. Estamos fortalecendo a jornada digital para tornar a empresa relevante a longo prazo e atrair principalmente o público com menos de 35 anos”, afirmou Pant. O executivo diz que entre o público mais jovem há mais interesse em trabalhar por conta própria.

“Os jovens buscam mais liberdade e flexibilidade. A nossa proposta combina com esse perfil mais empreendedor, mas é um desafio competir por esses jovens com empresas inovadoras, como iFood e Mercado Livre”, disse Pant.

Os investimentos globais da Amway estão concentrados na melhora do aplicativo que permite a revendedores monitorar as vendas e no programa de rastreabilidade para a área de suplementos alimentares. A empresa também desenvolveu um aplicativo que permite ao consumidor conhecer seus cosméticos e receber recomendações, entre outros.

Na área de produção, a companhia busca reforçar a oferta de produtos feitos com ingredientes naturais e orgânicos. Pant disse que metade do portfólio da companhia está baseado no uso de ingredientes naturais.

Fonte: Valor Econômico

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