Rebanho bovino voltou a cair no país em 2018
Bruno Villas Bôas
O efetivo nacional de bovinos somou 213,5 milhões de cabeças no ano passado, 1,5 milhão menos que em 2017, segundo levantamento divulgado na sexta-feira passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda apontada pela pesquisa de Produção da Pecuária Municipal (PPM) 2018, de 0,7%, foi a segunda consecutiva.
Segundo Mariana Oliveira, analista da pesquisa do IBGE, a retração refletiu o aumento dos abates, inclusive de fêmeas e novilhas, que bateu recorde. “O maior abate é uma resposta ao menor preço do boi gordo. Assim, tivemos uma primeira queda em 2017 (1,5%) e em 2018 uma um pouco menor – o que é um sinal de recuperação”.
A pesquisa apontou que a maior redução de rebanho em 2018 foi na região Sul – 3%, para 26,1 milhões de cabeças -, mas que também houve retrações no Sudeste (1,2%, para 37,1 milhões de cabeças) e no Centro-Oeste, que abriga o maior efetivo de bovinos do país (0,4%, para 73,8 milhões de cabeças).
Entre os municípios, São Félix do Xingu, no sudeste do Pará, com 124 mil habitantes, manteve-se com o maior rebanho, com 2,26 milhões de cabeças – ou 18 bois para cada habitante. Nos últimos dez anos, o efetivo de bovinos da cidade aumentou 18%. São Félix do Xingu foi a cidade da Amazônia com o maior número de queimadas no início de setembro, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Também de acordo com a PPM, a região Nordeste liderou o avanço da produção nacional de leite no ano passado, com alta de 10% ante 2017, para 4,4 bilhões de litros. No total, a produção brasileira de leite cresceu 1,6%, para 33,8 bilhões de litros. Sul e Sudeste continuaram puxando a produção, com participações de 34,2% e 33,9%, respectivamente.
O efetivo de vacas ordenhadas estimado no ano passado foi de 16,4 milhões de animais, queda de 2,9% em relação ao ano anterior. O Sudeste permaneceu com o maior efetivo ordenhado no país (29,2% do total), seguido por Sul (20,6%) e Nordeste (20,4%). A produtividade média de leite no país cresceu 4,7% em 2018, 2.069 litros por vaca no ano, com destaque para o Sul (3.437 litros).
Fonte: Valor Econômico