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Uso da capacidade na indústria está no menor patamar em 20 anos

Ociosidade no setor freia investimento

RIO e SÃO PAULO – Mais uma pedra no caminho da recuperação do investimento: a ociosidade da indústria. O uso da capacidade instalada é o menor em 20 anos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com cerca de 66% de uso em média do parque fabril, não há necessidade de investimentos para aumentar a produção quando o consumo reagir. Em alguns setores, como o automobilístico, a crise é mais aguda. As montadoras estão produzindo menos da metade dos cerca de cinco milhões de carros que têm condições de fabricar. No setor de caminhões, a ociosidade alcança 75% do parque fabril, segundo a Anfavea, que divulgou ontem queda de 11,2% na produção de veículos no ano passado.

— Na crise de 2008, houve uma série de medidas que reativaram a demanda doméstica. Nessa crise, são três, quatro anos de queda contínua e bastante profunda. Esse quadro com certeza freia investimento, já que a capacidade de produção é suficiente para atender à demanda futura — afirma Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da CNI.

O investimento na economia vem caindo desde 2014. Já acumula queda de 28%, e as projeções para este ano não estão animadoras. Há quem espere o quarto ano seguido de retração no investimento, como Silvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas. Ela calcula nova perda de 0,4%:

 

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