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Start-ups conectam fábricas com empresas que têm máquinas ociosas

Máquinas encostadas ou subaproveitadas podem se tornar fonte de receita. Esse é o plano de start-ups que se inspiraram na economia compartilhada e criaram plataformas para conectar quem precisa produzir com quem tem equipamento disponível.

Em geral, a produção é feita na fábrica dona das máquinas, que também oferece operadores. Funciona como uma grande fábrica virtual sob demanda, diz Bruno Gellert, da start-up Peerdustry.

A companhia tem mil empresas e 1.500 máquinas cadastradas em sua plataforma. No serviço da empresa, interessados em terceirizar sua produção enviam o projeto para a start-up.

Ela se encarrega de analisar quem seriam os fornecedores potenciais entre os cadastrados, buscar cotações e fechar negócio.

Gellert diz que terceirizar a produção dessa forma pode ajudar grandes empresas a reduzir custos com busca e treinamento de fornecedores. “Permitimos acessar uma rede gigante de fornecedores com um contato só.”

Já no site da Bee2Share é possível cadastrar máquinas, fazer buscas no inventário e pedir cotações. Claudio Damato, 42, criou a empresa após um período morando nos EUA. A companhia em que trabalhava fornecia peças para a área automotiva, seguindo o calendário de lançamento de seus clientes.

“Vimos que toda indústria tem esse problema. Então decidimos fazer uma start-up para diminuir essa dor”, diz.

Ele lançou o piloto do projeto, com 70 clientes, no meio do ano passado.

A empresa não interfere na negociação. Ela pretende ganhar dinheiro com um sistema de crédito no qual empresas pagam pelo acesso ao contato da companhia que tem a máquina. Atualmente, o uso é gratuito.

Dono da JundFer, de Jundiaí (SP), Pablo Biasin, 40, diz que plataformas virtuais diminuem o esforço para fechar negócio. Sua empresa, que presta serviços para a indústria automotiva, fechou o primeiro contrato via Peerdustry em dezembro.

Agora, ele negocia um segundo contrato que, se fechado, ampliará seu faturamento anual em 40%, diz.

Biasin diz não ter informações sobre para quem monta as peças. É como se ele vendesse diretamente para a start-up. “Com isso, não preciso ter equipe de vendas.”

Ele pondera, porém, que haverá dificuldade para que outras empresas terceirizem sua produção pela internet.

“Se uma empresa já tem fornecedor com preço bom e chega alguém com uma plataforma diferente, é normal ficar com um pé atrás”, diz.

 

Fonte: Folha de SP

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