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Recessão pode ser a mais longa da História, segundo FGV

Ciclo de retração pode se prolongar até 2017 e superar recorde de 11 trimestres

RIO e SÃO PAULO – A recessão brasileira pode ser a mais longa e a mais intensa da História do país. Segundo projeções divulgadas ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) deve encolher em todos os trimestres de 2016, na comparação com o ano passado. Se a previsão estiver correta, será uma sequência de 11 quedas trimestrais consecutivas, tão longa quanto a registrada entre 1989 e 1992. A incógnita é 2017: se o primeiro trimestre do ano que vem também for de retração, esta será a crise mais duradoura já registrada.

Nas contas da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), a atividade econômica acumulará queda de 9%, no período entre o segundo trimestre de 2014 e o último de 2016. Será o pior ciclo da História, considerando a intensidade do tombo. A dúvida é se será também o mais longo período recessivo. Já há sinais de que o primeiro trimestre de 2017 será negativo, mas ainda há incertezas sobre essa previsão, destaca Silvia.

— Podemos chegar, eventualmente, a ter recessão até durante todo o ano de 2017. A recessão atual já é a mais intensa. Há risco de ser também a mais longa — explica a analista.

O cálculo da FGV considera uma queda de 3,4% do PIB em 2016, projeção considerada otimista diante dos dados mais recentes do mercado financeiro. O boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, projeta retração de 3,6% neste ano — maior que a esperada na pesquisa da semana anterior, de 3,54%. Foi a nona semana seguida de piora nas expectativas.

 

 

Fonte: O Globo

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