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Empresas postergam decisões à espera de definição sobre impeachment

Diante de cenários tão díspares representados pelas possibilidades de ascensão de Michel Temer à Presidência ou da manutenção de Dilma Rousseff, empresas represaram investimentos, postergaram demissões e aceleraram pagamentos em dólar nos últimos instantes antes da decisão do impeachment.

A Folha ouviu 15 executivos e empresários que, em geral, estimam duas vias possíveis. Se Dilma ficar, não conseguirá governar, piorando o cenário, com maior corte de empregos e investimento.

Caso Temer assuma, pode, segundo as estimativas, conseguir fazer um pacto que trará bom humor ao mercado e certo alívio temporário, destravando investimentos.

Alguns vislumbram também a possibilidade de um fracasso em eventual governo Temer, assim como uma guinada do governo Dilma.

Odnir Finotti, presidente da farmacêutica Bionovis, que está em processo de instalação de fábrica no interior do Estado de São Paulo, afirma que tirou o pé do acelerador, à espera dos desdobramentos da crise política.

Algumas medidas foram retardadas para esperar o eventual redesenho de novos ministérios e da política econômica, seja qual for o presidente da República.

Finotti diz que não pode parar completamente os investimentos na fábrica e em pesquisas porque o recurso já está contratado e tem prazo de execução, mas está “a 70% da velocidade”.

“Estamos com o projeto pronto em fase de compra de equipamentos. Não sou pessimista, não acho que o país vai ser reinventado. Mas quais serão as bases? Qual será a política econômica? Tenho muitas perguntas e poucas respostas”, diz Finotti.

 

Fonte: Folha de SP

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