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Dona do Ibmec quer vender operação

Beth Koike

A Adtalem, dona de 13 instituições de ensino, como Ibmec e Damásio, pretende vender a operação brasileira. Desde o ano passado, há uma pressão por parte de investidores estrangeiros, que questionam a viabilidade do negócio no Brasil, segundo fontes do setor. O pano de fundo, dizem, é a crise que obrigou o grupo americano a fechar um acordo de indenização de US$ 100 milhões nos EUA e se desfazer da DeVry, sua principal instituição de ensino, sem receber nada em troca.

Segundo a Reuters, que antecipou a informação ontem, a operação brasileira da Adtalem é avaliada em pelo menos R$ 2 bilhões (US$ 505 milhões) e o banco Morgan Stanley estaria sendo contratado para encontrar um comprador. A prioridade é vender a operação toda e não fatiada por instituição de ensino.

As ações da Adtalem fecharam a terça-feira em alta de 4,73% na bolsa de Nova York, com a notícia de uma possível venda dos ativos brasileiros. Os analistas do banco BMO Capital Market destacaram que o valor de US$ 505 milhões representa um prêmio considerável, equivalente a 15 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do ano fiscal de 2019, encerrado em junho.

A Adtalem Brasil tem 110 mil alunos e receita líquida de R$ 900 milhões. A operação é a mais importante do grupo. No entanto, em maio, durante divulgação de resultados, a presidente global, Lisa Wardell, afirmou que a receita vinha sendo impactada negativamente pela filial. “Estamos experimentando pressão sobre a receita, principalmente, devido a desafios no Brasil, onde ventos contrários e os atrasos do Fies impactaram negativamente o crescimento da receita. Como isso, ajustamos nossas expectativas de receita para o ano, mas reafirmamos nossa orientação de crescimento do lucro por ação devido à melhora operacional.”

Em 2018, a companhia concluiu a transação de venda da DeVry para a rival Cogswell Education sem receber nenhum centavo. A situação chegou a esse ponto após acusações de que a instituição divulgava informações falsas sobre taxas de empregabilidade e aumento de renda de alunos recém-formados. O grupo fechou acordo com a Federal Trade Commission, agência de proteção ao consumidor dos EUA, que previu multa de US$ 100 milhões e perdão de dívidas de financiamentos estudantis.

Procurada, a Adtalem Brasil informou que não vai se pronunciar.

Fonte: Valor Econômico

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