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Casaforte busca R$ 270 milhões para energia solar

Marina Falcão

A gestora de private equity pernambucana Casaforte vai investir R$ 270 milhões na construção de parques de energia solar no interior do Nordeste e norte de Minas Gerais. Para tanto, está captando R$ 100 milhões com investidores pernambucanos em um fundo de investimento em participações em infraestrutura. O restante dos recursos será financiado pelo Banco do Nordeste (BNB).

Fernando Buarque, sócio da Casaforte: parques solares construídos serão vendidos a outros investidores.
Fernando Buarque, sócio da Casaforte: parques solares construídos serão vendidos a outros investidores.

A gestora vai construir pelo menos 12 parques solares, de 5 megawatts de capacidade cada, que serão alugados a grandes consumidores de energia, no modelo conhecido como geração distribuída ou autogeração. A Casaforte já firmou contrato com uma operadora de elecomunicações que vai alugar o parque por um prazo de no mínimo 15 anos. “Outros contratos com redes de varejo, supermercados e farmácias estão em fase de fechamento”, diz Fernando Buarque, sócio-fundador e gestor da Casaforte.

Buarque diz que o fundo Solar 1 já tem captado R$ 70 milhões, mas que um prazo para novos investidores será aberto em breve e o montante deverá chegar a R$ 100 milhões. O fundo, já em fase operacional, tem prazo de quatro a cinco anos para ser encerrado. Até lá, os parques solares construídos pela Casaforte serão vendidos a outros investidores que poderão usufruir do restante do prazo dos contratos de aluguel firmados agora com as empresas.

Não é o primeiro investimento da Casaforte no setor de energia solar. Cinco anos depois que a geração distribuída foi regulamentada no Brasil, em 2012, a Casaforte fez a construção de dois parques eólicos para a Claro, cada um com capacidade de 5 MW, em Minas. Os recursos aplicados pela gestora, na ocasião, foram da família pernambucana Tavares de Melo, que fez fortuna com cana-de-açúcar, mas que concentra seus investimentos no setor de energia renovável.

A geração distribuída precisa de baixo investimento em transmissão pois a energia é consumida nas proximidades das unidades geradoras. “O que foi produzido em determinado período, a distribuidora do local compensa na conta da energia dos nossos clientes, que estão alugando os parques”, diz Buarque. A economia na conta de energia para empresas que estão pagando aluguel para uso do parque fica entre 20% e 30%.

A Casaforte foi criada em 2008, por uma equipe que fazia parte do time da gestora Rio Bravo, no Recife. Desde então, a gestora tem como o seu principal investidor a família Tavares de Melo, que detém também uma fatia acionária minoritária na própria gestora.

Com R$ 300 milhões investidos e mais R$ 100 milhões já captados, a Casaforte faz ainda a gestão de uma startup de exploração de dióxido de titânio, matéria-prima da indústria de tintas, em uma mina em Floresta (PE). Para esse projeto, há previsão de construção de uma fábrica em Camaçari (BA), que deve ser anunciada em breve. Além disso, a gestora toma conta de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em Santa Catarina, e tem 1 gigawatt em projetos de energia eólica, dos quais metade já estão aptos para venda de energia.

Até agora, o maior negócio da gestora foi no setor de alimentos de bebidas. Em 2015, por R$ 590 milhões, a Casaforte vendeu a fabricante de sucos Ebba para o grupo britânico Britvic. A Ebba se formou quando, em 2009, a família Tavares de Melo comprou a marca de sucos Maguary, da Kraft Foods, e depois a fundiu com a marca Dafruta.

Fonte: Valor Econômico

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