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BC vê cenário econômico pior e indica que ciclo de elevações da Selic está perto do fim

Ritmo mais acelerado da crise vai ajudar no controle da inflação. Projeção de reajuste de tarifas de energia neste ano sobe a 50,9%

BRASÍLIA – Apesar de perigos maiores para a inflação — com o reajuste de nada menos que 50,9% da conta de luz neste ano — o Banco Central reforçou sinais de que o ciclo de aumento dos juros básicos está perto do fim por causa dos efeitos da crise econômica maior que a esperada. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, mostra que estão maiores as chances de o BC conseguir alcançar a meta de 4,5% para a inflação oficial no fim do ano que vem, já que, para 2015, cumprir essa tarefa é praticamente impossível.

Os diretores do BC ressaltam que o país vive um “processo de ajuste macroeconômico” e indicaram que está numa velocidade maior que a percebida na reunião do Copom anterior. O Copom também vê aceleração do desemprego. Antes, apenas indicava que alguns dados já apontavam uma distensão no mercado de trabalho.

“O Copom observa que a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho tem arrefecido, com dados confirmando a aceleração de um processo de distensão nesse mercado.”

Mesmo assim, a autoridade monetária deixou a porta aberta para novas altas, caso sejam necessárias.

“O Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se fortalecido. Para o comitê, os avanços alcançados no combate à inflação — a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo — mostram que a estratégia de política monetária está na direção correta”, diz trecho da ata.

“Os riscos remanescentes para que as projeções de inflação do Copom atinjam com segurança o objetivo de 4,5% no final de 2016 são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da ação de política monetária, mas exigem que a política monetária se mantenha vigilante em caso de desvios significativos das projeções de inflação em relação à meta”.

Para a cúpula da autoridade monetária, todo o ajuste feito até agora ainda terá efeitos sobre os preços. O início do aperto dos juros foi em outubro do ano passado. Dois dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a autoridade monetária fez o primeiro aumento da Selic, que estava em 11% ao ano. De lá para cá, foram sete altas consecutivas — cinco só em 2015 – até chegar ao patamar atual, estabelecido em reunião na semana passada: o maior desde agosto de 2006, quando também era de 14,25% ao ano.

 

 

 

Fonte: O Globo

 

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